Clã do Terror - O Submundo Online

Misantropo Antropoceno

Escrito por Arthur Alvarenga em 20 de outubro de 2020

Toda essa ira perfurou meu peito desde a queda. Por mais que à Deus eu interceda,
Por mais que suceda,
Os humanos pagarão com a mesma moeda

Violência

Isso sempre existiu no mundo,
Isso sempre foi um preço muito caro,
Será que duraremos por mais um segundo?
Estamos em épocas modernas, porque tão Bárbaro?

Podemos encontrar esse mal em suas palavras vazias,
Podemos encontrar esse mal em suas peculiares fantasias.
Essa violência que você cultiva é tão doce quanto imagina?
Eu colho o que eu planto.
De sua violência, por favor, me dê duas fatias.

A humanidade está em guerra eterna,
O mal agora é o que governa,
Confronto interno por causa externa,
A luz das bombas iluminam como uma lanterna
O motivo nunca se fixa, sempre alterna.

A população mundial está se autodestruindo.
O ódio aos olhos da humanidade está subindo.
Com sangue dos outros, as ruas, estão pintando
O vermelho, cor do amor, está vazando.

O mundo afundou em violência.

Desmatamento

Estou correndo no campo verde,
As flores sorriem de volta para mim.
Está ficando tarde
Agora estou de volta para o meu amado jardim.

Hoje, a noite se tornou dia,
A luz me acordou enquanto eu dormia.
O calor me abraçava.
O fogo, toda a mata, abrangia,
Os animais queimam, tudo aquilo eu temia.
Meus olhos, com pavor, reluzia.

A fumaça penetra minhas narinas.
Meus olhos se fecham automaticamente com o arder.
Tento caminhar, mas os animais, ao chão, estão a se distorcer.
Corro, o sangue do meu nariz estava a reter.
A fumaça estava a ascender.

O piscar vermelho de uma luz chama minha atenção,
Homens uniformizados, através da fumaça, correm em minha direção.
Contenho o impulso de vomitar,
O cheiro de carne queimada estava a me atormentar,
O fogo, a última floresta do mundo, estava a se espalhar.

O mundo afundou em desmatamento.

Tecnologia

Observo a janela do meu quarto
O mundo mudar com um simples ato,
Prédios grandes feitos de vidro e concreto,
O mundo "evoluiu" bastante, porém continua incompleto.

Fizeram inteligência artificial para cobrir nossa ignorância,
O mundo "evoluiu" bastante desde a minha infância
De que adianta se não acabamos com a intolerância?
Á minha companhia, preferem as redes sociais cheias de insignificância.
Estou chegando, minha solidão está na culminância.

Estou bem aqui na sua frente, insensível!
Está tecnologia transforma o próximo em um ser invisível.
Quero sair para caminhar e conversar, será possível?
Será que não deixa esse celular?
Me ligue quando estiver disponível.

Das pessoas hipnotizadas pela tecnologia, sinto o vazio.
Não posso expressar lágrimas na internet, então deixe correr meu rio.
Corro risco de te perder, nosso laço está por um fio.
Não posso me aquecer, meu mundo se tornou tão frio.

Deixo-me levar pela inteligência artificial,
Será que irá me notar? Minha conta parece profissional?
Hoje postei uma foto sorrindo,
Fiz um esforço, não esqueça de estar curtindo.

O mundo afundou em tecnologia.

Doenças

Eu acordo, estou soando,
Ouço gemidos e pessoas vomitando,
Aqui no hospital, de pessoas, está infestando.
Estou girando,
Parece que meu pulmão não está trabalhando.

Os médicos estão desesperadamente ocupados com outras pessoas do hospital.
Do lado de fora, fogo, carros e pessoas passando mal.
A cada esquina que viro, o que eu vejo não era legal.
Tudo bem que expurgar tudo que a sociedade colocava para dentro era fundamental.

Depois de muitos anos de remédios,
A epidemia surgiu alimentada pelos homens.
Um problema causado pelos nossos primórdios
Destruiu toda a vida que teriam os jovens.

O rádio produz uma voz rouca e sem vida,
"Sua saúde está sendo consumida"
"Sem cura e sem comida"
"A expectativa de vida fora reduzida"

No dia seguinte, nos últimos dias sem sono,
As pessoas, nas cidades, começam a reduzir,
Ouço vozes, em uníssono,
Agora eu posso dormir.

O mundo se afundou em doença.

Miséria

O mundo acabara de torcer e distorcer,
O dinheiro estava a desaparecer,
Os ricos haviam perdido o seu poder,
Não havia mais nada para fazer.

Eu procuro pelos lixos pois eu estava com fome
Porém toda a comida que eu procurava, o outro já consome.
Estávamos igual selvagens, desenvolvemos uma síndrome.
Eu nem consigo me lembrar do meu próprio nome.

Não existe sofrimento maior do que ver meus filhos a chorar,
A miséria estava a nos chicotear.
Não existia mais ninguém para nos ajudar
O que nos resta é sentar, chorar e orar.

As luzes do planeta começaram a sumir,
A comida e água do planeta, já acabara de reduzir,
A super população do planeta pode sim contribuir
Não havia nada para consumir.

"A humanidade se autodestrói,
Vou passar toda a eternidade ansiando pelo estopim.
Você é o arquiteto da própria morte, você se corrói.
Já não é mais o início, será o fim.
Agora é hora de queimar a metade do tempo que lhes restam"