O CLÃ: Capítulo V - Seja um líder

A liderança é algo fenomenal, ela pode chegar de diferentes formas e meios. O mais impressionante sobre ela, é que muitas vezes, ao consumada a alguém, poderá gerar apenas dois resultados: o bem ou mal. Ninguém está preparado para a liderança, as produções de Hollywood ao caracterizar um líder, sempre o demonstra como um sábio guru sobre o assunto, o imbatível, enigmático e imponente “grande líder”. Ele não existe.
JC sabia disso na pele, em suas inúmeras tentativas de liderança, sempre fracassou. Isso era um peso para si, um fantasma, que o perseguia por toda parte. Em constantes devaneios, si torturava com o passado, imaginando como poderia ser diferente.
- “JC...?!” – alguém o chamava, mas estava difícil de sair daqueles pensamentos angustiantes – “o que vamos fazer?” – JC despertou-se com a Karma apertando seus braços e o sacudindo – “JC? Você está bem?”.
Ele olhou para todos ao seu redor, estavam extremamente assustados. Jeren abraçado com Vicky, enquanto o tentava acalmar. David, que era o mais animado do grupo, estava quieto, mais pálido do que o normal, seus óculos estavam embaçados, talvez por conta da transpiração. Chaos e Moon estavam sentadas em um canto da sala, Chaos ainda segurava o cutelo imundo de sangue. Foi nesse momento que Ghost empurrou Karma de perto de JC, e inesperadamente acertou um forte murro no rosto de JC. O líder caiu no chão, seu nariz começou a sangrar, seus óculos partira ao meio, e quando Ghost aparentou ataca-lo novamente, Karma e Vicky o segurou.
- “Você é um estúpido, otário, ridículo! Como eu pude acreditar em você!?” – Vicky tentou intervir, mas Ghost finalizou dizendo: - “Você é uma farsa!”.
Tio Lu, estranhamente mais tranquilo que todos, mesmo com toda a situação adversa, ajudou JC a se levantar.
- “Ghost...” – JC não conseguia palavras para a situação.
- “É disso que estou falando” – disse Ghost.
Um forte estrondo chacoalhou a porta pela qual entraram. A força fazia com que sustos fossem provocados em todos.
Choros e gritos se intensificaram.
Tomado por uma coragem surreal, JC limpou o sangue que escorria de seu nariz, jogou os óculos quebrados no chão, e caminhou até à porta.
Todos pediram para que ele não fosse para lá.
Antes mesmo de chegar na porta, Jeren segurou a mão de JC:
- “Por favor, não faça isso...”.
JC soltou a mão de Jeren, e disse olhando em direção à Ghost:
- “Eu preciso fazer isso”.
Ghost começou a chorar.
JC abriu a porta. Ele não estava com medo. Do outro lado da porta, era possível ver apenas o brilho dos olhos escuros de Khing.
Estranhamente, JC ergueu sua mão direita, com a palma da mão virada para cima. Como se estivesse segurando alguma coisa.
Ninguém entendia o que estava acontecendo.
Foi nesse momento, que uma luz começou a sair de suas mãos. A luz formava uma caveira, ofuscante. Todos começaram a entender o que era aquilo, e gritaram para JC parar imediatamente.
Enquanto a luz se intensificava cada vez mais, o corpo de JC começava a liberar fumaça.
A luz penetrou nos olhos de Khing, fazendo com que um bloco de sombra negra saísse gritando de seu corpo.
O corpo de JC começou a pegar fogo. O quarto que todos estavam, iluminou-se ao máximo. Uma forte explosão de energia propagou-se da caveira para toda parte. Todo o castelo iluminou-se lindamente, talvez, nunca presenciasse tamanha energia.
Quando a luz cessou, viram que JC havia sumido.
“O que aconteceu? Onde estou?” – Questionava Khing.
Karma correu em direção à Khing e deu um abraço.
“Eu não estou entendendo, como eu vim parar aqui?” – Khing olhava para todos, percebendo a ausência de alguém – “Cadê o JC?”.
Todos tristes. Ninguém respondia os questionamentos de Khing.
Ele logo percebeu que algo havia acontecido com ele. Antes mesmo de obter alguma resposta, olhou para a sua direita, no fundo do corredor. Viu que tinha alguém se aproximando, mas não conseguia identificar quem era.
- “Qual é?! De novo não. QUEM É?!” – Gritou Khing.
Os demais voltaram a ficar preocupados.
- “Porque vocês me deixaram sozinho?” – disse a pessoa no corredor.
David saiu abruptamente do quarto e mirou a lanterna no rosto de quem vinha.
Ele não acreditou em quem via.
Era João Augusto.
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